quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Rótulos de relação...


Uma das mais naturais atitudes que fazermos, é a de rotular. Rotula-se tudo, desde as embalagens dos produtos até os relacionamentos que possuímos. Quando crianças, rotulávamos qualquer menino ou menina que porventura brincasse conosco, de meu “Amigo”. No entanto, ao terminar a brincadeira, o tal amigo vai embora levando consigo a bola de futebol ou o carrinho de brinquedo, e com o passar dos anos vamos percebendo que aquele não é nosso amigo, e sim um COLEGA ou seja, uma pessoa de ocasião, de momento.


Adentrando na contramão no conservadorismo dos nossos pais e avós, hoje rotulamos os FICANTES (um tipo de colega) a que serve para algum momento esporádico. Também existe o tal AMIGO(A) ÍNTIMO(A): aquela pessoa que você curte de montão, mas não se encaixa como namorado/a. Esse tal amigo(a)(“colorido” na linguagem dos mais antigos) é aquele ficante contínuo, um tipo mais aprimorado, com que se pode conversar, sorrir, trocar confidências, sair pro Carnaval, cozinhar Tekitos para o almoço e dormir de conchinha por alguns dias.


Quem está do lado de fora, jura (e rotula) que aquilo é um namoro como outro qualquer. Por outro lado, quem vive na pele sabe que a realidade é outra. “-Como assim Bial?”. Esse tipo de relação se dá àqueles que estão ainda sem definição no que almejam para si, se sentem inseguros para galgar em uma “nova empreitada”, ou para definir melhor ; são aquelas pessoas que vivem momentos diferentes, em mundos paralelos : O mundo da redescoberta, das festas, do oba-oba, em contraste com a outra pessoa, que vive no mundo das obrigações, da era de produzir, trabalhar e estudar para que em um futuro próximo possa viver em um “oba-oba” mais aprimorado com os conhecimentos mais apurados, mais maduro e com os bolsos mais cheios.


Apesar da indefinição, o ponto positivo disso tudo é que não há cobrança entre eles. Pois é de se imaginar que os “amigos” possuem seus respectivos FICANTES vez ou outra, pois o vínculo é relativo. Porém quando o tempo corre, e a saudade preenche... os telefones tocam e rapidamente os “amigos” estão juntos novamente para bons e inesquecíveis momentos, e que alguns desses momentos são colocados em algum álbum do Orkut, internet afora... mesmo que um fantasma do passado possa voltar a assombrar e dizer que um playboy filha da p**** só quer “usufruir” do corpinho que um dia foi dele e não deixou alicerces na relação para que ela fosse duradoura.


Enfim, como todos os tipos de amizades, esta não foge a regra de ser sempre regada como uma planta. Do contrário ela murchará, suas folhas cairão e em conseqüência disso vir a sucumbir pela negligência de alguma parte envolvida, ou pelas duas quem sabe. Mas já que o sentimento de gratidão por ter passado momentos bons é forte e demonstrado nas páginas de recados do Orkut, podemos crer que há muitos caminhos a serem percorridos e que é proveitosa essa amizade, sem rótulos definidos.

Namastê...

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do texto, vc escreve muito bem. Voltarei mais vezes!
Beijinhos!!
http://www.cgfilmes.blogspot.com/

Andrezza Magalhães disse...

Tulio, você pediu para postar um comentário... atendi seu pedido.

Sou sua fã e já te falei isso inúmeras vezes.

Adoro seus textos...mas, cadê? Foi só isso?

Bem vindo ao mundo dos compromissados... aquele que apesar de não achar que deve, deve sim, satisfação do que faz ou o que escreve...É o que eu costumo chamar de "Trava", às vezes nem percebemos, mas, quando deixamos de fazer algo que gostamos (não por imposição)por "receio" de que a outra pessoa possa magoar-se, ai já era, a naturalidade acaba...bjs!

dlalai disse...

Eu não deixaria de postar no seu blog, nesse texto que eu sou apaixonada, eu adoroooooooo d+ o que vc escreve (e outras coisas tb) ... parabéns pelo texto maravilhoso. bjs bjs